O São Paulo errou pouco contra o Sport. A começar pela escalação. Depois de cinco jogos insistindo com Rodrigo Caio como volante, Doriva o devolveu à zaga, função em que o jogador vinha muito bem até a chegada do técnico. O acerto atrás foi o primeiro passo para se construir com tranquilidade o placar de 3 a 0 e voltar ao menos momentaneamente para o G-4.
– Eu e o Lucão vínhamos jogando sempre na zaga. O professor (Doriva), quando chegou, pediu para adiantar. Hoje, graças a Deus, voltei a jogar na zaga – foi a (até divertida) frase de Rodrigo Caio ao final da partida.
Não foi grande o público que o viu jogar como zagueiro no Morumbi. Depois de mais uma derrota como a de quarta-feira, que resultou na queda para o Santos na semifinal da Copa do Brasil, não seria mesmo. Mas as 14.002 pessoas que foram ao estádio viram um time bem diferente do que atuou na Vila Belmiro. Não só por alguns nomes, mas também pela calma e organização apresentadas.
Com o respaldo de uma dupla de zaga entrosada, os dois volantes tiveram confiança para subir ao ataque. Principalmente Wesley. Jogador mais acionado pelos companheiros, ele acertou 64 passes, sendo um deles para o gol de Paulo Henrique Ganso, o primeiro da partida. Antes, já havia cruzado para Alexandre Pato cabecear a bola no travessão.
O Sport, com três atacantes, desceu para o vestiário perdendo por dois gols de diferença – Luis Fabiano ampliou depois de uma das muitas bem sucedidas tabelas entre Ganso e Pato neste sábado. Falcão tentou uma correção e até melhorou sua equipe, mas Denis se saiu bem nas poucas vezes em que foi exigido. Danilo Fernandes, por sua vez, foi traído e vazado pela terceira vez, para desabafo de Michel Bastos, que se irritou com torcedores que o haviam criticado por dois erros de passe pouco antes do gol. Erros raros na feliz tarde são-paulina.
"GRAÇAS A DEUS"
Rodrigo Caio voltou a atuar como zagueiro, como era sob comando do técnico colombiano Juan Carlos Osorio
Se Reinaldo foi vaiado no anúncio da escalação – e aplaudido no decorrer do jogo –, a confirmação de Rodrigo Caio como zagueiro animou a torcida e ele próprio. Enfim, Doriva desistiu da ideia de tê-lo como volante e retomou a zaga que vinha dando certo com Osorio.Outra novidade importante foi Wesley. Apagado em boa parte da temporada, o volante teve boa atuação não somente ao lado de Thiago Mendes, mas surgindo como surpresa na ponta direita. Muito acionado, foi ainda quem mais acertou passes pelo São Paulo: 64.Foi da ponta direita, onde surpreendeu a marcação adversária, que Wesley deu assistência para o primeiro gol, marcado por Ganso, aos 18 minutos. Sempre muito cobrado para ficar mais próximo do gol, o meia fez o desvio quase da pequena área.Escolhido como substituto do lesionado Rogério Ceni na disputa particular com Renan Ribeiro, às vésperas da aposentadoria do dono da posição, Denis não foi muito exigido. Quando o foi, correspondeu. Teve atuação segura e impediu gols em algumas oportunidades.O segundo gol, aos 42 minutos, teve início em um contra-ataque. E, como em outros diversos momentos do jogo, Ganso e Pato se buscaram para tabelar. Até o atacante entregar a bola para Luis Fabiano, da entrada da área, aumentar a vantagem.Dois erros de passe de Michel Bastos em sequência irritaram parte da torcida. Pouco depois, aos 18 minutos, ele arriscou uma jogada individual após lançamento de Denis, chutou cruzado e marcou o terceiro gol, contando com desvio na zaga. Não teve dúvida na comemoração: levou o dedo indicador à boca como se pedisse silêncio a quem o havia criticado.A pedidos da torcida, Rogério entrou em campo no lugar de Michel Bastos e deu mais velocidade à equipe. Faltou ser um pouquinho mais rápido, porém, quando Pato o colocou de frente para o gol vazio, e ele não alcançou a bola. Depois, quase fez um golaço de voleio.
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